Beatificação das Mártires do Drina

Chegara o grandioso dia para o céu e para a terra. Para o céu, porque resplandecem mais cinco estrelas, reconhecidas beatas pela Igreja Católica, e para terra, porque elas apontam à eterna glória. Já bem cedo, o Instituto São José se movimentava para acolher e servir bem cada uma das pessoas que chegava. Tudo era festivo e motivo de alegria. O povo em massa se dirigia ao Estádio Olímpico Zetra que tem a capacidade de acolher 20.000 pessoas sentadas nas arquibancadas, porém reuniu neste dia em torno de 25.000. Muitas ficaram do lado de fora acompanhando a cerimônia em telões. Houve a presença de 03 cardeais e 31 bispos, usando uma casula e estola feita pelas Irmãs, 02 bispos do Rito Grego Católico; mais ou menos 500 sacerdotes identificados, com a estola feita pelas Irmãs, 500 Filhas do Amor Divino e 200 Irmãs de outras Congregações. Esteve presente todo o Governo-Geral e todas as Superioras Provinciais da Congregação (uma representada). O coral de 1.200 vozes era formado pelos corais, coordenados e/ou integrados pelas Filhas do Amor Divino da Província Divina Providência, sinal de que a música é uma forte expressão da espiritualidade. Das 09 às 11h, este coral ocupou o tempo com cantos religiosos, alguns relacionados às Mártires do Drina de autoria de Filhas do Amor Divino. Por vezes, envolveu a plateia com gestos e o bater das palmas. Isto foi consolidando o ambiente orante, propício à beatificação. O Estádio foi decorado: com um grande crucifixo no centro do altar; o altar das Mártires com o quadro coberto; com centenas de rosas brancas e vermelhas, lírios brancos e palmas, simbolizando a pureza e o martírio.

Às 11h iniciou a Missa solene com os seguintes passos: Procissão de entrada das autoridades eclesiásticas, também do Padre Anton Baković, vindo ao final, o Cardeal Ângelo Amato, o enviado do Papa Bento XVI, para presidir a cerimônia da beatificação; pedido da beatificação das Mártires do Drina, feito pelo Cardeal de Sarajevo Dom Vinko Puljić; leitura do Decreto de beatificação por parte do Cardeal Amato, declarando-as Virgens e Mártires e o dia 15 de dezembro, dia do martírio, a constar no calendário litúrgico da Igreja; apresentação de dados biográficos das Mártires; solene descerramento do quadro oficial das beatas Mártires pelo Postulador Padre Marko Tomić e pela Vice-Postuladora Irmã M. Ozana Krajačić, FDC, com expressiva salva de palmas, seguido do solene canto do Glória; colocação dos seguintes símbolos sobre o altar das Mártires: duas velas decoradas, uma jarra de água do Rio Drina, cartas das Irmãs Mártires, relicários contendo cinzas de uma bíblia, encontradas nos escombros da casa das Irmãs, em Pale, e o cibório carbonizado com o sinal das cinco hóstias no seu interior. Tudo isto foi muito comovente. A plateia acompanhava com atenção e emoção. A Missa seguiu com a liturgia da Palavra. Na homilia o Cardeal Ângelo Amato assim se expressou: Hoje, este Estádio transformou-se em Catedral e se inicia uma nova página na história das Filhas do Amor Divino. Foi uma comunidade inteira que preferiu morrer, do que ser infiel aos compromissos assumidos no dia do Votos. Este é o século dos Mártires. Seguiram as Preces em diversos idiomas, também em português, uma feita por Irmã Zoeli Maria Pletsch, em nome das Filhas do Amor Divino brasileiras. O ofertório foi preparado com vários símbolos. Depois da comunhão foi o momento da palavra da Congregação das Filhas do Amor Divino, na pessoa da Superiora-Geral Irmã Lucyna Mroczek, seguida da bênção final e o canto solene do “Te Deum”.

Às 18h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, houve a oração solene das Vésperas, toda cantada, com a participação de três Bispos, alguns sacerdotes, muitas Filhas do Amor Divino, Noviças, Aspirantes e algumas pessoas leigas. Ao final, pela primeira vez foi rezada a oração às beatas Mártires do Drina, diante do quadro colocado na lateral direita da Igreja, local oficial de veneração, seguida do Hino às Mártires composto pela Irmã M. Ozana Krajačić, em 2008. No relicário constam: duas fórmulas de Votos e três cartas das Mártires e cinzas de uma bíblia encontradas nos escombros da casa das Irmãs em Pale. O cibório carbonizado, com o sinal das hóstias no seu interior, está guardado na Sede Provincial.